“Numa ambição desmedida / A gente grande quer ter / Dois céus: - um cá nesta vida, / Outro depois de morrer”. António Aleixo
E é pura verdade! Há pessoas que vivem, como se fossem os “donos do mundo”, como se os recursos da terra fossem ilimitados. A maneira de pensar, permaneceu igual à do passado, em que eram poucos e dispunham de uma tecnologia rudimentar.
Deveriam, pelo contrário, ter sempre presente que a Terra é um pequenino grão de areia na infinidade das Galáxias e jamais se esquecerem, que apesar de toda a ciência que têm, nunca poderão desprezá-la. E que todas as imbecilidades que levam a cabo, pesarão em futuros milénios, sobre os filhos dos seus filhos.
O orgulho é enorme, é excessivo, porque estão convencidos, de que só as suas acções são sábias e racionais e que a dos outros, nada valem, estão sempre carregadas de defeitos. Que arrogância, meu Deus! Que petulância! Talvez a Humildade, vos ajudaria a ver e a compreender melhor, quem são vocês afinal?
Somos todos, ou quase todos, intolerantes, dotados de um sentimento de cobiça à vista da felicidade, da superioridade de outrem: inveja de alguém.
Admiram quem tem convicções políticas firmes, quem luta com tenacidade, quem insulta os seus inimigos e os arrasta para a lama. Admiram os vencedores, os prepotentes; condenam e exaltam quem ajuíza e condena.
Nunca lhes passa pela cabeça que, daqui a algumas gerações, as ideias pelas quais combatem terão perdido totalmente o sentido. Eles não vêm, que essas pessoas por quem não se interessam, são aquelas que produzem tudo o que elas consomem. São aquelas que vivem das suas promessas e que ganham – humildemente - o pão que elas comem!
A atitude Humilde para com toda essa gente, consiste no estares consciente, que não tens mais valor do que elas.. Que o vosso sucesso depende da sorte e da colaboração dos outros a quem deves reconhecimento. Portanto, sejam Humildes! Ponham o vosso “poder” e essa arrogância de “super-homens” de parte.
A Humildade, ajuda-vos a reconhecer os vossos erros, mas também ajuda a conhecer a vossa (a nossa) pequenez, aceitar as desgraças e as derrotas, sem que estas vos levem ao desespero e que nasce das esperanças frustradas…do orgulho ferido. O maior líder não é aquele que é capaz de governar o mundo, mas aquele que é capaz de se governar a si mesmo.
Alguns realizam com grande habilidade as suas tarefas profissionais, mas não têm habilidade para construir relacionamentos profundos, abertos, flexíveis e desprovidos de angústias e ansiedades. Um dos maiores problemas, que engessa a inteligência e dificulta ao homem o relacionamento social, é a ditadura do preconceito.
Termino, como comecei, com outra quadra de António Aleixo (o Poeta do Povo): “Se queres medir cabeças / - Das que vês passar na rua - / Aprende, não te envaideças, / E assim medirás a tua”.
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